Metodologia catequética
Finalidade da catequese: FAVORECER O ENCONTRO COM JESUS CRISTO VIVO!
Para estarmos prontos para a missão catequética temos um caminho a percorrer e devemos estar em sintonia com o Espírito de Deus que age em cada um e se manifesta pelos acontecimentos, nas lutas, nas preocupações, nas alegrias e nas esperanças. Existem vários métodos, isto é, caminhos de aprendizagem. Vejamos:
Método antropológico experiencial
1. Partir da experiência humana
É vital para a catequese sempre partir da experiência, das angústias, dos questionamentos e da vivência dos catequizandos. Nossos catequizandos vivem uma realidade concreta, cheia de problemas, interrogações e angústias, mas também de esperança, alegria e amor.
Qualquer assunto abordado precisa partir da experiência de vida, senão, a mensagem não os atinge, nem é assimilada. O que o catequizando sente, vive, ama, é essencial para o processo de catequese.
A educação da fé quer tornar as pessoas atentas às suas experiências, julgá-las à luz do Evangelho a fim de determinar o caminho a seguir. Nossa missão é ajudar o catequizando a descobrir na experiência cotidiana o convite à conversão e ao compromisso, a beleza de seguir Jesus.
A catequese tem a linda tarefa de ajudar a pessoa a viver toda a vida como uma grande experiência de Deus, onde factos e eventos revelam os apelos de Deus e se tornam comunicação com Ele.
2. Interação Fé e Vida
A Catequese hoje acentua a necessidade da Interação Fé e Vida. Isto quer dizer que o conhecimento da mensagem cristã e das formulações da fé precisa ser traduzido em vivências, fazer sentido para a vida. Por isso a catequese não deve ser doutrinal, alienada da vida dos catequizandos. Melhor do que falar em doutrina é falar de “mensagem”. A mensagem é mais rica que a doutrina, porque supõe um apelo a uma vivência evangélica. Diz o Diretório Nacional de Catequese: “João Paulo II afirmou enfaticamente: Quem diz mensagem diz algo mais que doutrina. Quantas doutrinas de facto jamais chegaram a ser mensagem. A mensagem não se limita a propor ideias: ela exige uma resposta, pois é interpelação entre pessoas, entre aquele que propõe e aquele que responde. A mensagem é vida.” (DNC 97). A mensagem precisa estar articulada com o grupo de catequizandos, isto é, ser vivida e não apenas aprendida. Cfr. Lucimara Trevizan, Equipe “Catequese hoje”
3. Iluminar a experiência
A Palavra de Deus é a fonte principal da catequese. Por isso é preciso escolher bem o texto bíblico, tendo conta da experiência de vida a ser iluminada. É bom fazer uma lista de todos os textos bíblicos que se referem aos temas principais da catequese: Deus, Igreja, Maria, Moral, Escatologia.
4. Reinterpretar a experiência de vida:
mudança de vida. A minha vida não pode ser igual, depois do encontro com Jesus Cristo vivo. Experiência dos discípulos de Emaus.
Método dedutivo – parte do geral para o caso concreto (dedução)
Este método exige uma instrução prévia. É preciso conhecer as leis gerais, descobertas pela experiência de outros, para aplicá-la no concreto. Ex: todos os metais são condutores elétricos. A prata é um metal, logo conduz eletricidade. Jesus usava este método quando lembrava a lei central do povo de Deus: amor a Deus e ao próximo
Método Indutivo – parte do conhecimento concreto para concluir leis gerais (indução)
A sabedoria popular é indutiva, isto é, construída pela observação dos fatos concretos do dia-a-dia. Ex: depois de observar muitas crianças, se descobrem pontos comuns nelas (nascem dependentes, tem idade certa para falar, andar.).
– Jesus ajudava o povo a tirar conclusões sobre seus próprios problemas. Ele mesmo não dava respostas, só dava pistas.
Método Comparativo – compara duas realidades ou factos e descobre as semelhanças e as diferenças.
Os métodos dedutivo e indutivo se complementam com o método comparativo. Este método tem um grande limite: esquece a originalidade das pessoas e situações, mas pode-se comparar a situação do povo de Deus, num determinado momento histérico com a situação hoje, sem esquecer os detalhes próprios daquela época. Ex: comparar a vida dos jovens da classe pobre com a dos jovens da classe rica e descobrir em que são semelhantes? Que conclusões podem ser tiradas das comparações?
Metodologia de Jesus
O Evangelho revela o método que Jesus usou para anunciar a Boa Nova. Jesus para revelar o Pai e anunciar o Reino de Deus, encarnou-se na vida dos homens. Sua pedagogia foi sempre a partir das pessoas, na sua realidade e originalidade.
A “escuta” da realidade de cada pessoa, e o ”questionamento” que levam à reflexão e à formação da consciência crítica, apresentam Jesus como um grande pedagogo.
Na sua vida pública Jesus:
• Educa a todos de maneira pessoal;
• Transmite uma experiência de comunidade com o relacionamento particular com os 12 apóstolos;
• Educa para a oração a partir de sua própria experiência de oração, motivando os apóstolos à vida de oração simples e verdadeira;
• Apela à conversão, questionando e interpelando as pessoas, porém respeitando a liberdade de cada uma.
Escolha do método
Para escolher o método adequado é necessário: definir claramente o objetivo desejado; conhecer o chão, a realidade das pessoas; desenvolver o processo de comunicação que deve ajudar a conhecer a realidade das pessoas ou grupos.
Muitas vezes a metodologia é entendida como a própria mensagem; é perigoso o método tomar o lugar da própria evangelização. Ex: muitas vezes ficamos buscando dinâmicas, material audio-visual, e a pastoral fica reduzida a esses instrumentos que, passado o tempo, não conduz à meta desejada. O método não é fim em si mesmo. Deve ser instrumento para atingir o objetivo desejado e deve ser bem planejado.
Diante do objetivo, estabelece-se o que é prioritário e para que a ação seja eficiente e eficaz, necessitamos de três critérios básicos: viabilidade (às vezes fazemos projetos irrealizáveis, portanto, escolher os que possam ser atingidos); urgência (alguns podem ser muitos bonitos, mas podem esperar diante de outros mais urgentes) e abrangência (algumas ações têm maior alcance que outras, escolher as que provocam um resultado maior)
Além do objetivo geral devemos definir em cada encontro o objetivo específico do tema que desejamos alcançar. A educação da fé pode seguir diversos métodos que são escolhidos à medida que a comunidade caminha, que reavalia as reflexões e conclusões, para dar outro passo à frente, contanto que: seja assimilada a pedagogia de Deus com o seu povo e a metodologia de Jesus nos leve, concretamente, ao “princípio de interação”: fé-vida.
Fonte: Sites Net – Adaptado Flávio Catequese Express
O que diz o Directorio Geral para a Catequese,1997
Método Kerigmático
Outro é o sentido a ser dado, quando nos referimos aos percursos operativos: um é chamado também «kerigmático» (ou descendente), quando parte do anúncio da mensagem, expressa nos principais documentos da fé (Bíblia, liturgia, doutrina…), e a aplica à vida; o outro, chamado « existencial » (ou ascendente), quando se move a partir de problemas e situações humanas e os ilumina com a luz da Palavra de Deus. De per si, são processos legítimos, se forem respeitadas todas as regras do jogo, o mistério da graça e o dado humano, a compreensão da fé e o processo de racionalidade.
A experiência humana na catequese
A experiência desempenha diversas funções na catequese, razão pela qual deve ser continuamente e devidamente valorizada. DGC 152
a) Faz nascer no homem interesses, interrogações, esperanças e ansiedade, reflexões e julgamentos que confluem num certo desejo de transformar a existência. A tarefa da catequese é tornar as pessoas atentas às suas mais importantes experiências, ajudá-las a julgar, à luz do Evangelho, as questões e necessidades que nascem dessas experiências, educá-las a uma nova impostação da vida. Desse modo, a pessoa será capaz de comportar-se de modo ativo e responsável diante do dom de Deus.
b) A experiência favorece a inteligibilidade da mensagem cristã. Isso bem corresponde ao modo de agir de Jesus, que se serviu de experiências e situações humanas para mostrar realidades escatológicas e transcendentes e, ao mesmo tempo, ensinar a atitude a ser assumida diante dessas realidades. Sob este aspecto, a experiência é mediação necessária para explorar e assimilar as verdades que constituem o conteúdo objetivo da revelação.
c) As funções agora expostas ensinam que a experiência assumida pela fé torna-se, de certo modo, âmbito de manifestação e de realização da salvação, onde Deus, coerentemente com a pedagogia da encarnação, alcança o homem com a sua graça e o salva. O catequista deve ajudar a pessoa a ler nesta ótica a própria vivência, para descobrir o convite do Espírito Santo à conversão, ao compromisso, à esperança, e assim descobrir sempre mais o projeto de Deus na própria vida.
153. Iluminar e interpretar a experiência com o dado da fé torna-se uma tarefa estável da pedagogia catequética, não isenta de dificuldades, mas que não pode ser transcurada, sob pena de se cair em justaposições artificiais ou em compreensões integristas da verdade. Isso se torna possível a partir de uma correta aplicação da correlação ou interação entre experiências humanas profundas (68) e a mensagem revelada. É o que amplamente nos testemunham o anúncio dos profetas, a pregação de Cristo e o ensinamento dos Apóstolos que, por isso, constituem o critério que alicerça e regulamenta cada encontro entre fé e experiência humana no tempo da Igreja.
A memorização na catequese
154. A catequese faz parte daquela «Memória» da Igreja, que mantém viva entre nós a presença do Senhor. (70) O exercício da memória constitui, portanto, um aspecto constitutivo da pedagogia da fé, desde os primórdios do cristianismo. Para superar os riscos de uma memorização mecânica, a aprendizagem mnemônica deve inserir-se harmoniosamente entre as diversas funções de aprendizagem, tais como a reação espontânea e a reflexão, o momento do diálogo e do silêncio, a relação oral e o trabalho escrito.(71) Em particular, como objeto de memorização, devem ser oportunamente consideradas as principais fórmulas da fé, porque asseguram uma mais precisa exposição da mesma e garantem um precioso patrimônio comum doutrinal, cultural e lingüístico. O domínio seguro da linguagem da fé é condição indispensável para viver essa mesma fé. É preciso, porém, que tais fórmulas sejam propostas como síntese, após um prévio caminho de explicação, que sejam fiéis à mensagem cristã. Aqui se situam algumas fórmulas maiores e textos da Bíblia, do dogma, da liturgia, as orações bem conhecidas pela tradição cristã (Símbolo Apostólico, Pai Nosso, Ave Maria…).(72)
«As flores da fé e da piedade, se assim se pode dizer, não nascem nas zonas desertas de uma catequese sem memória. O essencial é que estes textos memorizados sejam, ao mesmo tempo, interiorizados, e compreendidos pouco a pouco na sua profundidade, para se tornarem fonte de vida cristã pessoal e comunitária ». (73)
155. Ainda mais profundamente, a aprendizagem das fórmulas da fé e a sua profissão crente devem ser compreendidas no curso do tradicional e profícuo exercício da «traditio » e «redditio », pelo qual à entrega da fé na catequese (traditio) corresponde a resposta do destinatário da catequese, ao longo do caminho catequético e, depois, na vida (redditio). (74) Este processo favorece uma melhor participação na verdade recebida. É correta e madura aquela resposta pessoal que respeita plenamente o sentido genuíno do dado de fé, e mostra compreender a linguagem usada para expressá-lo (bíblica, litúrgica,doutrinal…).
Outras recomendações enquanto a metodologia catequética
• O Uso dos cantos como método e conteúdo
• O Uso da vida dos santos e pessoas significativas como método e conteúdo
• O Uso da narração como metodologia significativa para os textos bíblicos ou outros
• O respeito do principio único: fidelidade a Deus e fidelidade á pessoa, principio metodológico fundamental.
Como comunico os conteúdos? Os possíveis passos…
1. Oração.
Começar com a invocação ao Espírito Santo, mestre interior
2. Acolhimento
3. Experiência humana
4. Iluminação biblica
5. Reinterpretação da experiência
6. Compromisso de vida
7. Actividade
8. Conclusão