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Catégorie : Catequese

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Catequese

Catequese em rede

Movidas por las orientações do CGXXIV, a dar um NOVO IMPULSO à catequese, privilegiando o primeiro anúncio e a evangelização; como Visitadoria conformamos uma comissão, composta pelas responsáveis pela coordenação da catequese paroquial e não só, para reflectir sobre as nossas opções; avaliar a caminhada de cada comunidade, escutando as experiências e os desafios; projectar a acção a desenvolver na Visitadoria nos proximos anos como comissão. Participaram representantes de cada comunidade. O tema que se partilhou foi sobre o terceiro Seminário organizado pelo Âmbito da Pastoral Juvenil, sobre a Identidade da catequese.

Realizou-se de 4 a 5 de janeiro de 2024 o 1º encontro presencial da comissão de catequese à nível da visitadoria, onde se teve em consideração o empenho assumido como Instituto que é o de dar um novo impulso à catequese, dar um novo impulso `a evangelização privilegiando o 1º anúncio de Jesus e a catequese.

Tomou-se como proposta de reflexão: um voltar em algumas das nossas opções: opção pelas pequenas comunidades, aldeias, capelas, grupos; um catecumenato para uma Paróquia entendida como comunhão de comunidades; catequese inculturada; catequese Bíblica; catequese encarnada; catequese da e na comunidade; o catecumenato como uma escolha da Igreja universal, africana.

As Paróquias salesianas fiéis ao sentir eclesial assumem o catecumenato e se empenha em implementá-lo onde ainda não está implementado. Se oferece aos baptizados da fase da perseverança, experiências associativas, que permitam o desenvolvimento da fé, a partilha e o compromisso apostólico.

 Sobre o tema da integração, ficou visto que a pastoral juvenil em si e a catequese, devem estar integradas utilizando critérios comuns. Os catecúmenos procurem inserir-se nos grupos juvenis.

Falou-se também de uma catequese iluminadora que integra, temas de educação sexual e para o amor, higiene cidadania, Direitos Humanos grandes temas da cultura africana: feitiço, a poligamia e o matrimónio cristão, a luta entre o bem e o mal, o mundo dos espíritos, as seitas e a fé religiosa, o óbito cristão. A morte demostrando a beleza da virtude e a feiura do pecado (sonho dos 9 anos). Se oferece assim ao catequista um instrumento válido e útil para anunciar, respondendo as finalidades do itinerário catecumenal, integrando pais, padrinho, garantes, na educação da fé, levando a desenvolver no catecumenato o sentido da própria vida, dar razão da própria fé, viver os valores do Evangelho, viver a fé em comunidade, rezar e celebrar a fé; comprometer-se na transformação da sociedade.

 As intervenções metodológicas, não deixaram de fazer parte.

A partir dessas iluminações, foram propostas várias ideias partilhando experiências de diversas realidades, paroquiais, centros e dioceses e entre as luzes e sombras e ainda com o reforço do tema sobre a identidade da catequese apresentada pela comissão internacional, traçou-se então o plano de acção: objetivo geral e específico, as acções, os conteúdos, o tempo e responsabilidade. Para completar o plano de acção, cada uma levou um tema a ser concluído e apresentado no próximo encontro presencial em Luanda.

Foram dias intensos e marcantes que contou com a participação na coordenação, as irmãs vindas das comunidades de: Luanda: Zango, Benguela, Luena, Calulo, Cacuaco. A comissão agradece o acompanhamento das comunidades.

                                                                            Pela coordenação, Ir. Domingas Pinto Barreto

Catequese

Problemas que afligem a nossa juventude

 CONVERSA, DEBATE e REFLEXÃO com o Pe. Félix Liberal da Diocese de Cabinda

Amados jovens delegados das distintas paróquias da nossa amada diocese. Principio esta exposição trazendo um sentimento de gratidão pela vossa disponibilidade e e presença nesta nossa jornada diocesana.

Recordar que o objectivo desta exposição não é tanto uma dissertação científica repleta de respostas para os subtemas elencados no nosso tema. Pelo contrário, um convite a um debate-reflexão à volta dos problemas que afligem a nossa juventude.

Trazemos como tema para esta nossa conversa, OS DESAFIOS DA EVANGELIZAÇÃO DA JUVENTUDE e como subtemas, a iniciação tradicional, casamento tradicional, a questão das heranças, o tratamento degradante dado a mulher e a mentalidade feiticísta.

A INICIAÇÃO TRADICIONAL

Na cultura tradicional binda, só pelos ritos de iniciação (pela circuncisão e pela casa de tintas) um rapaz ou uma rapariga entra na sociedade clânica e é considerada um membro adulto do grupo social. O homem já é homem pelos dizeres dos seus pais, mas os seus direitos só advêm por meio da circuncisão. Igual sorte, a mulher «chi-nkupa» (virgem) não é mulher para homem algum se na aldeia se não souber que ela já passou pela túkula ou nzo kualama. Por esta lei, segundo o direito costumeiro binda, nenhum homem pode tomar uma mulher por esposa sem que ela fosse declarada núbil pela cerimónia de kualama ou casa de tintas.

1- Quanto a circuncisão

A circuncisão é uma instituição tradicional pela qual o rapaz entra na sociedade clânica e se ratifica publicamente a sua virilidade. O não circuncidado era considerado ainda criança e a mulher não lhe concedia os seus favores nrm aceitava casar com ele. A idade para o efeito compreendia dos 8 a 14 anos de idade.

No interior da floresta capinava-se em círculo um certa extensão de terreno, que se via necessário segundo o número dos que iam ser circuncidados. Só eram permitidos assistir homens ou rapazes circuncidados. As mulheres não faziam parte do acampamento. «Acerimónis consiste fisiologicamente, na incisão prepúcio (lisutu) que era feito por um velho exercitado -nganga masutu».

Avaliação ética da circuncisão

A princípio, é importante dizer que a circuncisão é um valor, pois, durante o tempo da circuncisão os rapazes eram instruídos na história, nas tradições, usos e costumes; no conhecimento de provérbios e toda vasta cultura oral; nos feitiços e práticas religiosas, nas obrigações que assumirão brevemente perante a família. Receberão instruções concretas e pormenorizadas sobre os actos sexuais e os problemas referentes ao casamento. Portanto, ela significava a morte da antiga vida juvenil e o nascimento, a entrada na vida adulta e gregária da etnia com novas forças, novos privilégios, novas obrigações.

Terminado este momento, cada um era confiado a um velho responsável e seguro para que não haja abusos sexuais; não intervenha o feiticeiro, nem a ideia feiticísta esteja ligada; 

2- Quanto a casa de tintas

O nome casa da tinta é uma designação muito genérica, pode ser usado para designar nzo kumbi, casa para onde a rapariga ia depois da primeira manifestação da puberdade; designa também nzo kuálama, a casa onde a rapariga entra para as cerimonias que precedem a tomada de estado ou aos casamentos. Ela é designação dada pelos europeus, pois as raparigas que passam por estas cerimónias são pintadas todos dias com túkula, durante o tempo que lá estiverem. O nome das tintas provém por analogia do termo túkula que quer dizer cor avermelhada.

Avaliação ética da casa de tintas

Passar pela casa de tintas significa passar pelas cerimónias da puberdade ou das que antecedem as do casamento. Kualika representa a passagem à idade adulta, por elas se dá a conhecer oficial e publicamente, que chegou a idade da puberdade. Por isso, a este cerimónia nenhuma rapariga faltará, pois, seria ao essencial que a faria uma mulher. Porque segundo o costume, tal como disse a pouco sobre o rapaz, a mulher chinkupa (virgem) não é mulher para homem algum se na aldeia se não souber que ela já passou pela túkula. Por este lei é proibido qualquer homem fazer uso da chinkupa ainda não iniciada. Quem fizer isto mancha a terra e comete crime contra a terra de Mangoyo.

Durante o tempo, um, dois ou três meses que permanecer dentro da casa de tintas recebe algumas instruções. A doutrinação é dada por uma velha mestra. Dela aprenderá tudo que precisa saber sobre a vida que a espera. Receberá doutrinação pormenorizada e concreta sobre os modos de coabitar, de proceder com o marido para o tornar feliz. Receberá elucidação sobre os seus deveres de esposa, mãe, dona de casa. Pantentear-se os segredos da vida familiar na qual vai tomar parte oficialmente, respeitante aos usos, costumes, vida social e religiosa.

Depois de tudo que já se esmiuçou, ratificamos que a nossa iniciação tradicional é uma instrução, uma escola de valores, uma componente educativa; uma escola do noivado. Todavia, hoje vemos algumas sombras à volta dela: a perda da sua essência (deixou de ser espaço da instrução e de ratificação da maturidade onde os jovens saiam homem e mulher) ; a morte da componente educativa que é substituída pela televisão e pelas ruas. E, por isso, vemos moças já a coabitarem com os maridos que não são ainda mulheres… perdeu-se o valor e respeito pela virgindade, pois, até casar-se a menina se calhar já este esteve com cinco, dez ou mais rapazes.

Pois bem, meus caros jovens, é quase um imperativo falar-vos da necessidade de um renascimento cultural de Cabinda ou dos valores da cabindanidade.

CASAMENTO TRADICIONAL, O ALAMBAMENTO.

O casamento na cultura tradicional ibinda binda é uma instituição sócio-religiosa pela qual o homem se une a uma mulher… exige muito tempo, por isso se realiza em e por etapas. Segundo as prescrições do Ngoyo, o homem que pretende uma mulher começa por falar seus pais por meio de um enviado. O casamento exige um conjunto de assentimentos que decidem a justeza a fim de tornar sólida a aliança. O certo é que, pelo casamento um jovem casal adquire a plena participação na vida social. A participação +e um dever preciso e direito de todos. Mas este direito «de casar» só é possível segunda a cultura tradicional binda caso se tenha passado pelos ritos de iniciação.

O alambamento, um obstáculo na vida dos jovens.

O alambamento é um instrumento jurídico costumeiro que confere validade e dignidade ao casamento na cultura tradicional binda. Este instrumento está radicado na mentalidade do povo e faz parte daquele tecido mais precioso de suas tradições sagradas que passam de geração em geração. Eliminá-lo pura e simplesmente seria uma autêntica traição. Segundo a tradição, através dele se estabelece alianças interfamiliares, se melhoram e se dignificam as relaçoes conjugais e sociais. É fundamento de fidelidade da mulher para com o marido. Ele confere um carácter legal e uma relativa estabilidade ao casamento. Na sua pureza e originalidade consiste na troca de presentes entre famílias.

Hoje, porem, constata-se uma apetência exagerada sobre o seu valor. Há um desvia do verdadeiro sentido cultural do alambamento. Um novo sentido foi produzido e encontra o seu fundamento material numa ordem económica. A procura destes bens materiais é experimentada e vivida no seio das famílias muito ou pouco no esquecimento do verdadeiro sentido em que se reveste o acto. De acordo a circunstância concreta em que se processa, hoje, este instrumento reveste-se de abusos, pois a sociedade confere-lhe um pendor comercial. Hoje, as filhas tornaram-se fontes de rendimento para as famílias. Quase em todo lado já se afirma, alto e bom som – embora as vezes exageradamente – que o casamento está muito caro, o homem compra a noiva e o alambamento é um dos elementos dessa autentica transacção.

Por isso, a legislações civis e eclesiásticas devem, ajudar as autoridades tradicionais afim de o alambamento evoluir e voltar a sua pureza de essência de acordo a prática e exigências tradicionais. Mas isto, não será possível não houver cooperação entre instituições competentes.

A mulher no contexto cultural judaico

Segundo o talmude, na pessoa do rabi Levy, Deus considerou a partir de qual parte do homem iria criar a mulher e disse: não vou criá-la a partir dos olhos para que não se torne coquete; nem da orelha, para que não escute atrás das portas; nem da boca, para que não se ponha a tagarelar; nem do coração, para que não seja ciumenta; nem da mão, para que não vá mexer em tudo; nem do pé, para que não fique sempre saindo de sua casa; irei criá-la da parte mais discreta do homem por mesmo quando ele está nu essa parte continua escondida.

Este é um testo importante para compreender com mais justeza a situação da mulher no pensamento rabínico. Nele se encontram pontos que consideramos muito negativos, todas as reprovações que o talmude faz pesar sobre a mulher: frívola, de inteligência limitada, coquete a ponto de só de preocupar com a aparência, curiosa e tagarela… excluída da vida pública, só deve sair de casa coberta com um véu, que não pode falar com um homem na rua, nem mesmo em casa; para a mulher há um limite que não deve ser ultrapassado. 

No evangelho de são João 4,7 começa o diálogo de Jesus com a samaritana e, vemos que ao chegarem os discípulos, isto é, no versículo 27 do mesmo capítulo, ficam estupefactos, pois era proibido falar com uma mulher, assim como era proibido fazer-se servir por uma mulher que não era sua.

À sua mãe Jesus dissera: mulher, que queres de mim? Jo 2,4 (mulher, que há entre mim e ti? Entre o homem e a mulher o que há é a serpente, o mal; e o talmude, como toda a tradição bíblica, está fortemente marcado esta essa dolorosa realidade.

O texto da mulher adúltera é mais um espelho do machismo do mundo judaico (Jo 8, 1-11). Falei a pouco da proibição de falar com a mulher e de servir-se de uma que não fosse sua. Agora onde está neste testo o homem que adulterou com ela? Nem se fala dele… é como se o subir sobre a mulher do outro não um fosse um crime entre os judeus…

No milagre da multiplicação dos pães e peixes de Mateus 14, 13-21, o relato termina dizendo que «os que comeram eram cerca de cinco mil homens, mulheres e crianças. Portanto, a mulher não era tida como tal, pois, a sua inferioridade diante do homem era demasiado grande

No anuncio da noticia da ressurreição (Mc 16, 1-8) aparece a mulher como a primeira portadora desta notícia, mas Pedro e o discípulo mais amado não correm do nada às pressas para o sepulcro. Isto acontece porque a mulher na cultura judaica era tida de mentirosa por natureza e, por isso, não poderias testemunha nada, era semelhante a criança que ainda não tinha atingido os seus 12 anos, portanto, era um sujeito jurídico, não tinha direitos.

Ao envolver a figura da mulher como decisiva na história da salvação, Jesus irá inaugurar uma nova era da história na qual o mistério da mulher será revelado; a mulher é emancipada, uma emancipação que será uma verdadeira assunção, culminando no céu, com a coroação da virgem por seu seu filho.

A mulher no nosso contexto cultural

Tal como o mundo judaico, somos machistas. Esses machismos como no seio da família em que vemos os trabalhos de casa todos sendo feitos pela mulher enquanto os rapazitos esticam-se esperando a hora da mesa. 

No Mayombe, é comum ver a esposa vinda da lavra toda ela carregada com cesto todo abarrotado, com a criança enquanto o senhor marido anda somente com uma catana na mão… chegam juntos da lavra e ainda pergunta nervoso à mulher: que hora vai comer hoje? Já nas cidades, o jovem que ajuda sua mulher é considerado bouelo. 

Pe. Félix Liberal 

Catequese

Princípio metodológico da catequese

Duplo Principio metodológico da catequese

O princípio da «fidelidade a Deus e fidelidade ao homem» leva a evitar toda contraposição ou separação artificial, ou ainda presumível neutralidade entre método e conteúdo, afirmando, pelo contrário, a sua necessária correlação e interação. O catequista reconhece que o método está a serviço da revelação e da conversão e, portanto, é necessário valer-se dele. Por outro lado, o catequista sabe que o conteúdo da catequese não é indiferente a qualquer método, mas sim exige um processo de transmissão adequado à natureza da mensagem, às suas fontes e linguagens, às concretas circunstâncias da comunidade eclesial, à condição de cada um dos fiéis aos quais a catequese se dirige. Pela intrínseca importância tanto na tradição quanto na atualidade catequética, merecem ser recordados os métodos de aproximação à Bíblia, o método ou «pedagogia do documento», do Símbolo em particular, uma vez que «a catequese é transmissão dos documentos da fé», o método dos sinais litúrgicos e eclesiais, o método próprio dos meios de comunicação. Um bom método catequético é garantia de fidelidade ao conteúdo. DGC 149.

Fidelidade ao homem

CONHECER O CATEQUIZANDO

Acreditamos que o grande desafio que temos enfrentado nos últimos tempos, nos encontros de catequese, é o de conhecermos as pessoas a quem vamos transmitir uma mensagem, catequizar. A catequese tem cada vez mais ampliado o número dos seus interlocutores, por isso precisamos pensar em uma catequese do ventre materno à pessoa idosa. Precisamos superar a ideia de uma catequese apenas para a criança, com o objetivo do sacramento somente.

A catequese deve ser compreendida com processo ou itinerário, caminho que uma pessoa percorre ao longo da sua vida, de sua história:Tal processo procurará unir fé e vida; dimensão pessoal e dimensão comunitária; instrução doutrinária e educação integral; conversão a Deus e atuação transformadora da realidade; celebração dos mistérios e caminhada com o povo.

Para que uma pessoa, seja ela criança, adolescente, jovem, adulto ou idoso, possa amadurecer na fé, é preciso que o conteúdo, a mensagem catequética seja adaptado ao atual desenvolvimento psicológico da pessoa. Apresentemos a seguir alguns indicativos do desenvolvimento na linha de pesquisa da psicologia do desenvolvimento e sugerimos algumas alternativas na ação para os catequistas.

1. Criança de 0 a 3 anos

Nesta fase de vida a criança aprende com frases curtas, é importante responder somente aquilo que a criança perguntar, sempre com frases curtas e diretas. A partir de estórias, contos e fábulas, ter diálogos informais com as crianças. Isto facilita a apreensão do que está sendo falado para ela, sempre utilizando um vocabulário conhecido pela criança, pelo grupo, inserindo, gradativamente, outras palavras de fácil compreensão no vocabulário.

2. Criança de 4 a 6 anos

As crianças nesta fase são ativas, curiosas, têm pouco poder de concentração no desenvolvimento das atividades, buscam conhecer tudo o que está à sua volta, têm um interesse aguçado para saber a origem das coisas, querem saber o porquê; mesmo tendo um vocabulário limitado gostam de conversar, por isso o catequista deve utilizar sempre uma linguagem simples. Gostam de repetir estórias que ouviram ou criar estórias a partir do que viveram com os pais, responsáveis e também no encontro da catequese. Ainda é fase de fantasia, gostam de “fazer de conta”. A música exerce influência em sua formação; gostam de ser elogiadas em tudo o que fazem; lembre-se que a criança vive o momento de centrar-se em si mesma, por isso sempre irá chamar a atenção ao que está fazendo.

3. Criança de 7 a 9 /10 anos

Nesta fase a criança está cheia de energia, é muito ativa e quer sempre estar em ação. Ficar parada, sentada não é muito do seu perfil, por isso tem necessidade de expressão e expansão. A criança é muito prática, por isso ficar muito dentro de teorias, de leituras, de textos não contribui para uma autêntica ação evangelizadora. O catequista deve estar atento e criar atividades movimentadas e alegres, que motivem o trabalho em grupo, o coletivo: jogos lúdicos, dinâmicas, entre outros. Sem forçá-las, é importante incentivar a leitura de pequenos versículos bíblicos e a escrita nas atividades que foram propostas. A catequese deve estar atenta para o coletivo, atividades em grupos, pesquisas, revista, recortes etc. É momento para discutir termos como: respeito, confiança, honestidade, amor, sinceridade pois a consciência moral já está estabelecida. O catequista pode utilizar parábolas de Jesus que abordem amor, fé e perdão.

4. Pré-adolescência (10/11-14 anos)

A pré-adolescência é uma preparação para adolescência, período em que a criança se desliga daquilo que a prende à infância e busca construir uma nova identidade para si. Há uma ruptura do círculo infantil, um vai e vem entre os interesses próprios da infância e da adolescência e a busca de uma personalidade nova. As brincadeiras infantis são abandonadas e entram em cena os jogos de raciocínio, típicos dos adultos. Ainda é a fase do “clube do bolinha”, aquele onde “menina não entra” e da “luluzinha”, onde ‘menino não entra’. Nesta fase o marco biológico é prevalecente, tais como o surgimento dos pelos, o crescimento meio desordenado do corpo, momento de transformações hormonais, conhecido com puberdade. Em ambos os sexos, a maior parte dos níveis hormonais adultos é atingida em torno dos 16 anos, mas as meninas começam a puberdade, em média, aos 11 anos e os meninos aos 13 anos.

Neste período é importante dar autonomia ao pré-adolescente para que ele possa ser responsável por suas questões. Fazer com que eles procurem respostas para os seus conflitos, principalmente relacionados com os da educação da fé. Como exemplo, citamos o caso verídico de uma menina de 13 anos que se encontra em profunda crise de fé quanto à Igreja que ela quer participar: se a católica ou a evangélica. Não cabe ao catequista começar a guerra religiosa, mas fazê-la perceber o que ela realmente está procurando, sem orientá-la para uma ou outra igreja. Nesta fase também é importante levar em conta a formação da sexualidade e da afetividade. É necessário compreender a pessoa num contexto de relacionamento autêntico, de encontro com o outro.

5. Adolescência Intermediária (14-17 anos)

É a fase da busca de personalidade, da liberdade, do amor e da realização pessoal. O adolescente gosta de viver em grupos e sente necessidade de se auto afirmar, de amar e ser amado. Continua sendo a idade das transformações, das grandes mudanças, agora mais de cunho psicológico e social do que biológico. É inconstante nas atitudes e emoções. Neste momento da vida muitos já entram no mundo do trabalho.

Neste momento, vive-se uma personalidade de grandes sonhos e muitos projetos. A busca de Deus para esta fase é muito pessoal, muitas vezes utilizam o termo de Deus como “amigão”, “o cara”, uma pessoa bem próxima nas relações de amizade, por outro lado é comum ter rejeição para a instituição Igreja. Por isso é importante que a catequese com adolescentes deva atentar para o grupo, partir do concreto, do existencial, algo que responda à sua curiosidade intelectual e necessidade de atividade. É importante que, já como adolescentes, realizem ações transformadoras no seu ambiente específico.

6. Adolescência tardia (17-20 anos

Este período pode ser caracterizado como o final da adolescência, entendido como momento de firmar, a partir de relacionamentos maduros, compromissos permanentes, próprios do universo do jovem que caminha para ser adulto. Neste período o adolescente vive um momento de certa estabilidade em seu

desenvolvimento e já é capaz de uma atividade constante, além de avaliar melhor suas atitudes e a das outras pessoas. Tem potencial para participar ativamente da vida em comunidade e vive relações de amizade profunda.

7. Juventude(15 a 24 anos)

O início da fase da juventude é marcado por mudanças psíquicas a respeito das relações sociais, da atenção ao próprio corpo, da descoberta de si, ampliação do campo cognitivo e da afirmação da própria identidade. O jovem gosta de viver em grupos heterogêneos, busca desesperadamente contatos sociais, embora viva afastado da igreja sente necessidade de íntima relação com Deus. Tem uma vida emotiva rica e é facilmente depressivo ou expansivo. Procura aprofundar sua identidade e por isso é facilmente influenciável pelos outros e pelos meios de comunicação social. Adquire uma grande capacidade de discutir ideias e de se comunicar com os outros. A Catequese tem a missão prioritária de ajudá-lo em sua vida vocacional e afetiva de um modo mais acentuado.

8. Catequese com adultos (22 – 64 anos)

Precisamos voltar nossa atenção para a catequese com adultos e não nos fixarmos apenas em uma catequese infantil. Podemos assim afirmar que é a principal forma de catequese, porque se dirige a pessoas que têm as maiores responsabilidades e capacidade para viverem a mensagem cristã na sua forma plenamente desenvolvida. É preciso que nossa visão de catequese com adultos não seja restrita

àquela que acontece no salão da comunidade, mas ao pensarmos em catequese com adultos tenhamos em mente a catequese permanente que acompanha a pessoa ao longo da sua vida. Por isso existem diversos espaços para a catequese com adultos, são eles: as comunidades Eclesiais de Base, círculos bíblicos, grupos de reflexão do Evangelho etc.

9. Catequese com pessoa idosa (acima dos 65 anos)

Acredito que ninguém mais se assusta ao falarmos de uma catequese com pessoa idosa, no entanto, é urgente pensar no específico que esta catequese deve oferecer pois sabemos que para cada fase da vida o conteúdo como mensagem do Evangelho deve ser adaptado, sempre levando em consideração o momento existencial que a pessoa vive. Esta fase da vida é marcada por um olhar retrospectivo que faz com que, ao nos aproximarmos do final da vida, sintamos a necessidade de aperfeiçoar o que dela fizemos, revendo escolhas, realizações, opções e fracassos. Nesta etapa da vida a questão que se coloca é: Teve a minha vida sentido, ou falhei? Reconcilia-se com a mágoa e a angústia e encara a existência como algo positivo.

A condição de pessoa idosa exige uma catequese de esperança, que a leve a viver bem esta fase da própria vida e a dar testemunho às novas gerações. Uma catequese que perpasse pela Leitura Orante da Palavra de Deus, uma catequese que conduza a pessoa idosa à meditação, à contemplação. Pensar uma catequese da reconciliação e do perdão.

Cfr. DGC 1997; Revista De Magistro de Filosofia Ano VIII no. 16 – 2015/2

Catequese

A espiritualidade do catequista

O SER DO CATEQUISTA e O CULTIVO DA ESPIRITUALIDADE


Oito traços da Espiritualidade do Catequista

A espiritualidade do catequista é Trinitária, pois revela a comunidade divina, a Saníssima Trindade. Deus pai que nos ama com amor paterno e materno, Jesus que é o nosso irmão e salvador e o Espírito Santo que nos santifica e nos da força na caminhada. Nossa espiritualidade também deve ser comunitária. Deus é comunidade e age, actua, cria, santifica e salva como comunhão trinitária.

A espiritualidade do catequista é bíblica, como educadores na fé devemos escutar a Palavra de Deus e estar a serviço dela, como porta-voz da Boa Notícia que se manifesta nos acontecimentos. Estar no serviço profético em favor da palavra, e anuncia com firmeza que Cristo Ressuscitou.

A espiritualidade do catequista é eclesial, litúrgica  sendo catequista celebramos com a EKLESIA (Igreja, assembleia) o mistério de Jesus Cristo, participando das festas litúrgicas e vivenciado o que é celebrado em comunidade. A espiritualidade do catequista é orientado para a prática da comunhão. Faz parte da espiritualidade do catequista caminhar com a Igreja e com a comunidade. É importante caminhar seguindo as orientações e diretrizes da comunidade. Não se pode seguir um caminho próprio, desligado da ação pastoral da paróquia. A comunidade é o espaço apropriado para construir novas relações, baseadas no diálogo, na compreensão e na cooperação mútuas, no serviço desinteressado e na entrega de si mesmo pelo bem dos demais, a exemplo de Cristo.

A espiritualidade do catequista é missionária. O catequista animado do ardor missionário de Jesus, deverá ter um amor profundo pela Igreja. Sentir e amar com a Igreja para viver a comunhão eclesial, na vida nova em Cristo. Como diz o apóstolo Paulo: “já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim, a minha vida na carne eu a vivo na fé do Filho de Deus que me amou e se entregou por mim” (Gl 2, 20).

A espiritualidade do catequista é mariana vivendo a fé deve seguir o exemplo de Maria, realizando na humanidade do serviço e no acolhimento da palavra viva de Deus. Sendo catequista é imitando a Maria deve buscar, meditar, guardar no seu coração as experiências de vida com o olhar de fé, na intimidade com Jesus Cristo, para realizar o projeto de Deus, na comunidade e na sociedade.

A espiritualidade do catequista é vivencial, Deus se revela em nossa vida, através dos fatos e acontecimentos. A mensagem a ser transmitida vem acompanhada do testemunho de vida regada pela oração, coerência de vida, reflexão e no jeito de ser pessoal e comunitário.

A espiritualidade do catequista é libertadora, Ela parte do principio que Jesus veio para nos libertar de toda forma de pecado e opressão. Jesus mesmo nos apresenta o seu projeto. “ O espírito do Senhor está sobre mim. Ele me enviou para anunciar a boa notícia aos pobres, dar a liberdade aos presos, fazer com que os cegos vejam, restituir a liberdade aos oprimidos e proclamar o ano da graça do Senhor” (Lc 4,18-19)

A espiritualidade do catequista é ALEGRE ESPERANÇOSA. A presença de Deus na vida do catequista causa muita alegria e que é partilhada com toda a sua comunidade, levando esperança diante dos momentos de sofrimento e aparente derrota, assim como ânimo para perseverar na caminhada.

O ser catequista, a “vocação” do catequista exige uma formação profunda, pois para falar de Deus e de sua Palavra, é necessário ter intimidade com Ele, contato com sua Palavra viva e com a realidade em que vivemos e atuamos.

O cultivo da espiritualidade deve ser um processo permanente, provocando uma integração dinâmica entre Fé, Vida, Comunidade e Igreja. Os místicos e espirituais cristãos passavam a noite em oração, e assim alimentavam sua espiritualidade.

Catequese

Perfil do catequista

Perfil do catequista a partir do Diretório Geral para a Catequese

A formação tende a fazer do catequista um «educador do homem e da vida do homem».

Para elaborar o perfil do catequista é importante termos presente as três dimensões da sua formação: o ser, o saber, o saber fazer.

A mais profunda se refere ao próprio ser do catequista, à sua dimensão humana e cristã. A formação, de fato, deve ajudá-lo a amadurecer, antes de mais nada, como pessoa, como crente e como apóstolo. Depois, há o que o catequista deve saber para cumprir bem a sua tarefa. Esta dimensão, permeada pela dúplice fidelidade à mensagem e ao homem, requer que o catequistas conheça adequadamente a mensagem que transmite e, ao mesmo tempo, o destinatário que a recebe, além do contexto social em que vive. Enfim, há a dimensão do saber fazer, já que a catequese é um ato de comunicação.

Maturidade humana, cristã e apostólica dos catequistas

Com base numa inicial maturidade humana, o exercício da catequese, constantemente reconsiderado e avaliado, possibilitará o crescimento do catequista no equilíbrio afetivo, no senso crítico, na unidade interior, na capacidade de relações e de diálogo, no espírito construtivo e no trabalho de grupo. Tratar-se-á, antes de mais nada, de fazê-lo crescer no respeito e no amor para com os catecúmenos e catequizandos: «E de que gênero é essa afeição? Muito maior do que aquela que pode ter um pedagogo, é a afeição de um pai, e mais ainda, a de uma mãe. É uma afeição assim que o Senhor espera de cada pregador do Evangelho e de cada edificador da Igreja». 

A formação, ao mesmo tempo, estará atenta a que o exercício da catequese alimente e nutra a fé do catequista, fazendo-o crescer como crente. Por isso, a verdadeira formação alimenta, sobretudo, a espiritualidade do próprio catequista, de maneira que a sua ação nasça, na verdade, do testemunho de sua própria vida. 

Todo tema catequético que transmite deve alimentar, em primeiro lugar, a fé do próprio catequista. Na verdade, catequizam os demais, catequizandoprimeiramente a si mesmos. A formação, além disso, alimentará constantemente, a consciência apostólica do catequista, o seu senso de evangelizador. Por isso, ele deve conhecer e viver o projeto de evangelização concreto da própria Igreja diocesana e o de sua paróquia, para sintonizar-se com a consciência que a Igreja particular tem da própria missão. O melhor modo de alimentar esta consciência apostólica é o de identificar-se com a figura de Jesus Cristo, mestre e formador dos discípulos, procurando tornar próprio o zelo pelo Reino, que Jesus manifestou. A partir do exercício da catequese, a vocação apostólica do catequista, nutrida por uma formação permanente, irá progressivamente amadurecendo.

A formação bíblico-teológica do catequista 

Além de ser testemunha, o catequista deve ser mestre que ensina a fé. Uma formação bíblico-teológica lhe fornecerá um conhecimento orgânico da mensagem cristã articulada a partir do mistério central da fé, que é Jesus Cristo. O conteúdo desta formação doutrinal é exigido pelas diversas partes que compõem todo projeto orgânico de catequese: – as três grandes etapas da história da salvação: Antigo Testamento, vida de Jesus Cristo e história da Igreja; – os grandes núcleos da mensagem cristã; Símbolo, liturgia, vida moral e oração. No seu próprio nível de ensino teológico, o conteúdo doutrinal da formação de um catequista é o mesmo daquele que a catequese deve transmitir. Por sua vez, «a Sagrada Escritura deverá ser como a alma desta formação». O Catecismo da Igreja Católica será o ponto de referência doutrinal fundamental, juntamente com os Catecismos da própria Igreja particular ou local. 241. 

Esta formação bíblico-teológica deverá possuir algumas qualidades: 

a) Em primeiro lugar, é necessário que seja uma formação de caráter sintético, que corresponda ao anúncio que se deve transmitir, e na qual os diferentes elementos da fé cristã apareçam, bem estruturados e consoantes entre si, numa visão orgânica, que respeite a «hierarquia das verdades». 

b) Esta síntese de fé deve ser tal, que ajude o catequista a amadurecer na própria fé e, ao mesmo tempo, o torne apto a dar razão da esperança presente no tempo de missão. «A formação doutrinal dos fiéis leigos mostra-se hoje cada vez mais urgente, não só pelo natural dinamismo de aprofundar a sua fé, mas também pela exigência de «racionalizar a esperança» que está dentro deles, perante o mundo e os seus problemas graves e complexos ».

c) Deve ser uma formação teológica muito próxima da experiência humana, capaz de correlacionar os diferentes aspectos da mensagem cristã com a vida concreta dos homens, «seja para inspirá-la que para julgá-la à luz do Evangelho». Embora sendo ensinamento teológico, deve adotar, de algum modo, um estilo catequético. 

d) Finalmente, deve ser de tal maneira que o catequista «se torne não apenas capaz de expor com exatidão a mensagem evangélica, mas que saiba também suscitar a recepção ativa desta mesma mensagem, por parte dos catequizandos, e que saiba distinguir, no itinerário espiritual dos mesmos, aquilo que é conforme à fé».

As ciências humanas na formação do catequista

O catequista adquire o conhecimento do homem e da realidade em que vive, também através das ciências humanas, que, nos nossos dias, alcançaram um grau de extraordinário desenvolvimento. «Na pastoral sejam suficientemente conhecidos e usados não somente os princípios teológicos, mas também as descobertas das ciências profanas, sobretudo da psicologia e da sociologia, de tal modo que também os fiéis sejam encaminhados a uma vida de fé mais pura e amadurecida». É necessário que o catequista entre em contato, pelo menos, com alguns elementos fundamentais da psicologia: os dinamismos psicológicos que movem o homem; a estrutura da personalidade; as necessidades e aspirações mais profundas do coração humano; a psicologia evolutiva e as etapas do ciclo vital humano; a psicologia religiosa e as experiências que abrem o homem ao mistério do sagrado. As ciências sociais procuram o conhecimento do contexto sociocultural em que o homem vive e pelo qual é fortemente influenciado.

O PERFIL DO CATEQUISTA

1. O Catequista é uma pessoa de oração.

2. Que sente e quer ser discípulo de Jesus Cristo.

3. Que tem em Jesus Cristo a fonte da sua alegria.

4. Sempre atento capaz de dar resposta aos desafios que Deus lhe faz.

5. O Catequista é Eclesialmente formado

6. Consciente de que necessita, cada vez mais, de crescer na fé, até atingir a mais, de crescer na fé, até atingir amaturidade.

7. Convicto daquilo que anuncia.

8. Consciente de que Deus é a força que o sustenta.

9. Amante da Igreja, comunitariamente envolvido, preocupado, inquieto, promotor da comunhão…

10. O Catequista sente como uma urgência o anúncio de Jesus.

11. Presta atenção a cada um dos catequizandos conhecendo cada qual pelo seu nome e olhando-o com carinho.

12. Sente-se enviado pela Igreja.

13. Comunica a mensagem sobretudo com o testemunho de vida.

14. Está familiarizado com a Escritura,saboreando a palavra da Vida.

15. Sabe rezar e levar os outros a rezar.

16. Prepara bem as pessoas para os Sacramentos de iniciação cristã.

17. Está em formação permanente.

18. É sensível aos sinais dos tempos.é sensível aos sinais dos tempos.

19. Dá importância às actividades, realizando uma catequese activa com propostas diversificadas.

20.

Enfim, o catequista é uma pessoa que busca sua auto-formação e procura atualizar-se. É capaz de construir comunhão, tecer novas relações  ao estar atento aos gestos que alimentam relacionamentos positivos. A comunicação, o diálogo, a comunhão são elementos essenciais na trajetória do catequista discípulo missionário, capazes de garantir o trabalho em equipe de uma forma participativa.

Ao elencar estes aspectos que configuram o perfil do catequista, é importante o empenho e dedicação do catequista, afinal, é um processo que desenvolve-se durante toda a vida. No entanto, torna-se viável se houver investimento e co-responsabilidade das comunidades, das paróquias e dioceses na formação dos seus agentes, principalmente, dos catequistas que na gratuidade do SER colocam-se a serviço da Palavra e testemunham com a vida a presença do Ressuscitado.

Cfr. DGC 233-245

Catequese

Catequese kerigmatica

 O Anuncio do Kerigma!

Como é belo anunciar a todos o amor de Deus,

que nos salva e dá sentido à nossa vida! 

Papa Francisco

KERIGMA (ou PRIMEIRO ANÚNCIO) – Palavra grega, que significa proclamação oficial de uma mensagem. Na linguagem da Igreja, significa o primeiro anúncio do Evangelho, em ordem a despertar a fé e reunir em Igreja. É dirigido aos que ainda não acreditam e deve revestir uma forma jubilosa e convidativa. Deve ainda transmitir o essencial da fé cristã: Jesus Cristo venceu a morte, ressuscitando, e comunica, àqueles que n´Ele crêem, a vida nova, a salvação. 

À luz dos documentos da Igreja sobressaem alguns traços característicos do catequista:

 – é chamado por Deus; – é um cristão adulto, completamente inserido na comunidade cristã, identificado, comprometido e em sintonia com ela; 

– é enviado por Deus através da Igreja e como Porta-voz desta; – a sua missão é o serviço aos homens para, numa atitude de acolhimento, escuta, diálogo, serviço, solidariedade e cooperação, fazer crescer as pessoas, levando-as ao desenvolvimento integral e à comunhão íntima com Cristo, na comunidade cristã; – é mestre que ensina (sabe); educador que sabe ensinar, acompanhar e conduzir;

 – é testemunha que vive e pelo seu exemplo dá credibilidade à mensagem que proclama; Módulo II – Quem é o catequista 956 – não descuida a sua formação em todas as áreas do ser, do saber e do saber fazer, fazendo-se catequista para este tempo; 

– cultiva a espiritualidade própria do catequista, catequizando-se primeiro a si próprio em cada acto catequético que realiza; – sente que o seu trabalho está ao serviço do Espírito Santo, que actua livremente e em pessoas livres; 

– realiza o seu ministério em equipa e em comunhão com todos os outros agentes da Catequese.

Do documento Evangelium Gaudium de Papa Francisco: Uma evangelização para o aprofundamento do kerigma 

O mandato missionário do Senhor inclui o apelo ao crescimento da fé, quando diz: «ensinando-os a cumprir tudo quanto vos tenho mandado» (Mt 28, 20). Daqui se vê claramente que o primeiro anúncio deve desencadear também um caminho de formação e de amadurecimento. A evangelização procura também o crescimento, o que implica tomar muito a sério em cada pessoa o projecto que Deus tem para ela. Cada ser humano precisa sempre mais de Cristo, e a evangelização não deveria deixar que alguém se contente com pouco, mas possa dizer com plena verdade: «Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim» (Gal 2, 20). DGC,160.


Uma catequese kerigmática e mistagógica 

A educação e a catequese estão ao serviço deste crescimento. Já temos à disposição vários textos do Magistério e subsídios sobre a catequese, preparados pela Santa Sé e por diversos episcopados. Lembro a Exortação Apostólica Catechesi tradendae (1979), o Directório Geral para a Catequese (1997) e outros documentos cujo conteúdo, sempre actual, não é necessário repetir aqui. Queria deter-me apenas nalgumas considerações que me parece oportuno evidenciar. DGC,163.

Voltámos a descobrir que também na catequese tem um papel fundamental o primeiro anúncio ou kerigma, que deve ocupar o centro da actividade evangelizadora e de toda a tentativa de renovação eclesial. O kerigma é trinitário. É o fogo do Espírito que se dá sob a forma de línguas e nos faz crer em Jesus Cristo, que, com a sua morte e ressurreição, nos revela e comunica a misericórdia infinita do Pai. Na boca do catequista, volta a ressoar sempre o primeiro anúncio: «Jesus Cristo ama-te, deu a sua vida para te salvar, e agora vive contigo todos os dias para te iluminar, fortalecer, libertar». 

Ao designar-se como «primeiro» este anúncio, não significa que o mesmo se situa no início e que, em seguida, se esquece ou substitui por outros conteúdos que o superam; é o primeiro em sentido qualitativo, porque é o anúncio principal, aquele que sempre se tem de voltar a ouvir de diferentes maneiras e aquele que sempre se tem de voltar a anunciar, 130 duma forma ou doutra, durante a catequese, em todas as suas etapas e momentos.126 Por isso, também «o sacerdote, como a Igreja, deve crescer na consciência da sua permanente necessidade de ser evangelizado». DGC 164.

Não se deve pensar que, na catequese, o querigma é deixado de lado em favor duma formação supostamente mais «sólida». Nada há de mais sólido, mais profundo, mais seguro, mais consistente e mais sábio que esse anúncio. Toda a formação cristã é, primariamente, o aprofundamento do querigma que se vai, cada vez mais e melhor, fazendo carne, que nunca deixa de iluminar a tarefa catequética, e permite compreender adequadamente o sentido de qualquer tema que se desenvolve na catequese. É o anúncio que dá resposta ao anseio de infinito que existe em todo o coração humano. 

A centralidade do kerigma requer certas características do anúncio que hoje são necessárias em toda a parte: que exprima o amor salvífico de Deus como prévio à obrigação moral e religiosa, que não imponha a verdade mas faça apelo à liberdade, que seja pautado pela alegria, o estímulo, a vitalidade e uma integralidade harmoniosa que não reduza a pregação a poucas doutrinas, por vezes mais filosóficas que evangélicas. 

Isto exige do evangelizador certas atitudes que ajudam a acolher melhor o anúncio: proximidade, abertura ao diálogo, paciência, acolhimento cordial que não condena. 167. 

Anunciar Cristo significa mostrar que crer n’Ele e segui-Lo não é algo apenas verdadeiro e justo, mas também belo, capaz de cumular a vida dum novo esplendor e duma alegria profunda, mesmo no meio das provações… DGC 165.

Catequese

A alegria de anunciar o Evangelho

Metodologia catequética

Finalidade da catequese: FAVORECER O ENCONTRO COM JESUS CRISTO VIVO!

Para estarmos prontos para a missão catequética temos um caminho a percorrer e devemos estar em sintonia com o Espírito de Deus que age em cada um e se manifesta pelos acontecimentos, nas lutas, nas preocupações, nas alegrias e nas esperanças. Existem vários métodos, isto é, caminhos de aprendizagem. Vejamos: 

Método antropológico experiencial

1. Partir da experiência humana 

É vital para a catequese sempre partir da experiência, das angústias, dos questionamentos e da vivência dos catequizandos. Nossos catequizandos vivem uma realidade concreta, cheia de problemas, interrogações e angústias, mas também de esperança, alegria e amor.

Qualquer assunto abordado precisa partir da experiência de vida, senão, a mensagem não os atinge, nem é assimilada. O que o catequizando sente, vive, ama, é essencial para o processo de catequese.

A educação da fé quer tornar as pessoas atentas às suas experiências, julgá-las à luz do Evangelho a fim de determinar o caminho a seguir.  Nossa missão é ajudar o catequizando a descobrir na experiência cotidiana o convite à conversão e ao compromisso, a beleza de seguir Jesus.

A catequese tem a linda tarefa de ajudar a pessoa a viver toda a vida como uma grande experiência de Deus, onde factos e eventos revelam os apelos de Deus e se tornam comunicação com Ele.

2. Interação Fé e Vida

A Catequese hoje acentua a necessidade da Interação Fé e Vida. Isto quer dizer que o conhecimento da mensagem cristã e das formulações da fé precisa ser traduzido em vivências, fazer sentido para a vida. Por isso a catequese não deve ser doutrinal, alienada da vida dos catequizandos. Melhor do que falar em doutrina é falar de “mensagem”. A mensagem é mais rica que a doutrina, porque supõe um apelo a uma vivência evangélica. Diz o Diretório Nacional de Catequese: “João Paulo II afirmou enfaticamente: Quem diz mensagem diz algo mais que doutrina. Quantas doutrinas de facto jamais chegaram a ser mensagem. A mensagem não se limita a propor ideias: ela exige uma resposta, pois é interpelação entre pessoas, entre aquele que propõe e aquele que responde. A mensagem é vida.” (DNC 97). A mensagem precisa estar articulada com o grupo de catequizandos, isto é, ser vivida e não apenas aprendida. Cfr. Lucimara Trevizan, Equipe “Catequese hoje”


3. Iluminar a experiência

A Palavra de Deus é a fonte principal da catequese. Por isso é preciso escolher bem o texto bíblico, tendo conta da experiência de vida a ser iluminada. É bom fazer uma lista de todos os textos bíblicos que se referem aos temas principais da catequese: Deus, Igreja, Maria, Moral, Escatologia.

4. Reinterpretar a experiência de vida: 

mudança de vida. A minha vida não pode ser igual, depois do encontro com Jesus Cristo vivo. Experiência dos discípulos de Emaus.

Método dedutivo – parte do geral para o caso concreto (dedução)

Este método exige uma instrução prévia. É preciso conhecer as leis gerais, descobertas pela experiência de outros, para aplicá-la no concreto. Ex: todos os metais são condutores elétricos. A prata é um metal, logo conduz eletricidade. Jesus usava este método quando lembrava a lei central do povo de Deus: amor a Deus e ao próximo

Método Indutivo – parte do conhecimento concreto para concluir leis gerais (indução)

A sabedoria popular é indutiva, isto é, construída pela observação dos fatos concretos do dia-a-dia. Ex: depois de observar muitas crianças, se descobrem pontos comuns nelas (nascem dependentes, tem idade certa para falar, andar.).

– Jesus ajudava o povo a tirar conclusões sobre seus próprios problemas. Ele mesmo não dava respostas, só dava pistas.

Método Comparativo – compara duas realidades ou factos e descobre as semelhanças e as diferenças.

Os métodos dedutivo e indutivo se complementam com o método comparativo. Este método tem um grande limite: esquece a originalidade das pessoas e situações, mas pode-se comparar a situação do povo de Deus, num determinado momento histérico com a situação hoje, sem esquecer os detalhes próprios daquela época. Ex: comparar a vida dos jovens da classe pobre com a dos jovens da classe rica e descobrir em que são semelhantes? Que conclusões podem ser tiradas das comparações?

Metodologia de Jesus

O Evangelho revela o método que Jesus usou para anunciar a Boa Nova. Jesus para revelar o Pai e anunciar o Reino de Deus, encarnou-se na vida dos homens. Sua pedagogia foi sempre a partir das pessoas, na sua realidade e originalidade.

A “escuta” da realidade de cada pessoa, e o ”questionamento” que levam à reflexão e à formação da consciência crítica, apresentam Jesus como um grande pedagogo.

Na sua vida pública Jesus:

• Educa a todos de maneira pessoal;

• Transmite uma experiência de comunidade com o relacionamento particular com os 12 apóstolos;

• Educa para a oração a partir de sua própria experiência de oração, motivando os apóstolos à vida de oração simples e verdadeira;

• Apela à conversão, questionando e interpelando as pessoas, porém respeitando a liberdade de cada uma.

Escolha do método

Para escolher o método adequado é necessário: definir claramente o objetivo desejado; conhecer o chão, a realidade das pessoas; desenvolver o processo de comunicação que deve ajudar a conhecer a realidade das pessoas ou grupos.

Muitas vezes a metodologia é entendida como a própria mensagem; é perigoso o método tomar o lugar da própria evangelização. Ex: muitas vezes ficamos buscando dinâmicas, material audio-visual, e a pastoral fica reduzida a esses instrumentos que, passado o tempo, não conduz à meta desejada. O método não é fim em si mesmo. Deve ser instrumento para atingir o objetivo desejado e deve ser bem planejado.

Diante do objetivo, estabelece-se o que é prioritário e para que a ação seja eficiente e eficaz, necessitamos de três critérios básicos: viabilidade (às vezes fazemos projetos irrealizáveis, portanto, escolher os que possam ser atingidos); urgência (alguns podem ser muitos bonitos, mas podem esperar diante de outros mais urgentes) e abrangência (algumas ações têm maior alcance que outras, escolher as que provocam um resultado maior)

Além do objetivo geral devemos definir em cada encontro o objetivo específico do tema que desejamos alcançar. A educação da fé pode seguir diversos métodos que são escolhidos à medida que a comunidade caminha, que reavalia as reflexões e conclusões, para dar outro passo à frente, contanto que: seja assimilada a pedagogia de Deus com o seu povo e a metodologia de Jesus nos leve, concretamente, ao “princípio de interação”: fé-vida.

Fonte: Sites Net – Adaptado Flávio Catequese Express

O que diz o Directorio Geral para a Catequese,1997

Método Kerigmático

Outro é o sentido a ser dado, quando nos referimos aos percursos operativos: um é chamado também «kerigmático» (ou descendente), quando parte do anúncio da mensagem, expressa nos principais documentos da fé (Bíblia, liturgia, doutrina…), e a aplica à vida; o outro, chamado « existencial » (ou ascendente), quando se move a partir de problemas e situações humanas e os ilumina com a luz da Palavra de Deus. De per si, são processos legítimos, se forem respeitadas todas as regras do jogo, o mistério da graça e o dado humano, a compreensão da fé e o processo de racionalidade.

A experiência humana na catequese

A experiência desempenha diversas funções na catequese, razão pela qual deve ser continuamente e devidamente valorizada. DGC 152

a) Faz nascer no homem interesses, interrogações, esperanças e ansiedade, reflexões e julgamentos que confluem num certo desejo de transformar a existência. A tarefa da catequese é tornar as pessoas atentas às suas mais importantes experiências, ajudá-las a julgar, à luz do Evangelho, as questões e necessidades que nascem dessas experiências, educá-las a uma nova impostação da vida. Desse modo, a pessoa será capaz de comportar-se de modo ativo e responsável diante do dom de Deus.

b) A experiência favorece a inteligibilidade da mensagem cristã. Isso bem corresponde ao modo de agir de Jesus, que se serviu de experiências e situações humanas para mostrar realidades escatológicas e transcendentes e, ao mesmo tempo, ensinar a atitude a ser assumida diante dessas realidades. Sob este aspecto, a experiência é mediação necessária para explorar e assimilar as verdades que constituem o conteúdo objetivo da revelação.

c) As funções agora expostas ensinam que a experiência assumida pela fé torna-se, de certo modo, âmbito de manifestação e de realização da salvação, onde Deus, coerentemente com a pedagogia da encarnação, alcança o homem com a sua graça e o salva. O catequista deve ajudar a pessoa a ler nesta ótica a própria vivência, para descobrir o convite do Espírito Santo à conversão, ao compromisso, à esperança, e assim descobrir sempre mais o projeto de Deus na própria vida.

153. Iluminar e interpretar a experiência com o dado da fé torna-se uma tarefa estável da pedagogia catequética, não isenta de dificuldades, mas que não pode ser transcurada, sob pena de se cair em justaposições artificiais ou em compreensões integristas da verdade. Isso se torna possível a partir de uma correta aplicação da correlação ou interação entre experiências humanas profundas (68) e a mensagem revelada. É o que amplamente nos testemunham o anúncio dos profetas, a pregação de Cristo e o ensinamento dos Apóstolos que, por isso, constituem o critério que alicerça e regulamenta cada encontro entre fé e experiência humana no tempo da Igreja.

A memorização na catequese

154. A catequese faz parte daquela «Memória» da Igreja, que mantém viva entre nós a presença do Senhor. (70) O exercício da memória constitui, portanto, um aspecto constitutivo da pedagogia da fé, desde os primórdios do cristianismo. Para superar os riscos de uma memorização mecânica, a aprendizagem mnemônica deve inserir-se harmoniosamente entre as diversas funções de aprendizagem, tais como a reação espontânea e a reflexão, o momento do diálogo e do silêncio, a relação oral e o trabalho escrito.(71) Em particular, como objeto de memorização, devem ser oportunamente consideradas as principais fórmulas da fé, porque asseguram uma mais precisa exposição da mesma e garantem um precioso patrimônio comum doutrinal, cultural e lingüístico. O domínio seguro da linguagem da fé é condição indispensável para viver essa mesma fé. É preciso, porém, que tais fórmulas sejam propostas como síntese, após um prévio caminho de explicação, que sejam fiéis à mensagem cristã. Aqui se situam algumas fórmulas maiores e textos da Bíblia, do dogma, da liturgia, as orações bem conhecidas pela tradição cristã (Símbolo Apostólico, Pai Nosso, Ave Maria…).(72)

«As flores da fé e da piedade, se assim se pode dizer, não nascem nas zonas desertas de uma catequese sem memória. O essencial é que estes textos memorizados sejam, ao mesmo tempo, interiorizados, e compreendidos pouco a pouco na sua profundidade, para se tornarem fonte de vida cristã pessoal e comunitária ». (73)

155. Ainda mais profundamente, a aprendizagem das fórmulas da fé e a sua profissão crente devem ser compreendidas no curso do tradicional e profícuo exercício da «traditio » e «redditio », pelo qual à entrega da fé na catequese (traditio) corresponde a resposta do destinatário da catequese, ao longo do caminho catequético e, depois, na vida (redditio). (74) Este processo favorece uma melhor participação na verdade recebida. É correta e madura aquela resposta pessoal que respeita plenamente o sentido genuíno do dado de fé, e mostra compreender a linguagem usada para expressá-lo (bíblica, litúrgica,doutrinal…).

Outras recomendações enquanto a metodologia catequética 

O Uso dos cantos como método e conteúdo

O Uso da vida dos santos e pessoas significativas como método e conteúdo 

O Uso da narração como metodologia significativa para os textos bíblicos ou outros

O respeito do principio único: fidelidade a Deus e fidelidade á pessoa, principio metodológico fundamental. 

Como comunico os conteúdos? Os possíveis passos…

1. Oração. 

Começar com a invocação ao Espírito Santo, mestre interior

2. Acolhimento

3. Experiência humana

4. Iluminação biblica

5. Reinterpretação da experiência

6. Compromisso de vida

7. Actividade

8. Conclusão

Catequese

Encerramento do ano catequético – Cabinda

 
 
A beleza que contemplamos na natureza, com o colorido das acácias, nos leva a contemplar o Criador de todas as coisas e nos desafia a ‘saber cuidar’ da vida, em todas sua plenitude.
 
 
 

 
Agradecemos a Deus que caminha com seus filhos.
Momentos de registar os grupos que perseveraram na caminhada catecumenal.

 
Celebração dos diversos  Ritos conforme orienta o RICA –
Ritual de Iniciação Cristã de Adultos.
Estamos a começar a caminhada. Concluímos o segundo ano do Catecumenato.

 
Pequeno grupo de Catequese que prepara-se para os Sacramentos de Iniciação Cristã.

 
É bom dar graças ao Senhor que é Bom!